Um
dos problemas mais discutidos nas ciências biológicas é o surgimento da vida. As
condições necessárias para que isso aconteça são muito raras.
A
transição do mundo inorgânico ao orgânico depende de uma combinação muito improvável
de diversos fatores. Mas a transição da vida simples à mais complexa também é um
grande problema.
“Mais
de 2 bilhões de anos se passaram desde o primeiro procariota até o surgimento
da primeira forma de vida morfologicamente complexa, chamada de eucariota”, diz
Henrique Gomes, em sua coluna na Folha, publicada em 10/04/2019. E sem os
eucariotas, não estaríamos aqui.
O
colunista alerta, no entanto, para mais uma passagem importante. A da vida inteligente
que se torna capaz de se comportar como espécie que governa a si mesma, sem colocar
em risco a existência da grande maioria de seus próprios membros.
Para
Gomes não é o que vem acontecendo:
Hoje, a tecnologia militar continua avançando. Mas
Trump, Putin, Bolsonaro, Brexit e a revigoração de sentimentos e movimentos
nacionalistas ao redor do mundo não aponta para maior coesão internacional. Ao
contrário: um governo global parece cada dia mais improvável.
Essa disparidade entre evolução social e tecnológica
aumenta a chance de que uma pequena nação (um estado? Uma cidade? Uma célula
terrorista?) desenvolva e utilize armas devastadoras —um vírus apocalíptico,
por exemplo— impedindo o desenvolvimento da espécie humana como um todo. Neste
caso, a humanidade nunca atingiria seu potencial; ficaria presa nas futilidades
da adolescência.
Futilidades
da adolescência não são um mal em si. O problema é quando elas não só não terminam
como governam nações importantes com o dedo no gatilho.
Leia
também: Quando
de um buraco negro sai alguma luz
Perfeito esse texto e a comparação.
ResponderExcluirObrigado!
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