Marxismo
cultural. Este é um dos inimigos criados pela extrema-direita para justificar
seus ataques não apenas à esquerda, mas às liberdades democráticas em geral.
Trata-se
de uma das principais farsas a sustentar o atual governo brasileiro, mas que
também aparece no discurso de outros governos ultraconservadores pelo mundo.
Não
é verdade que a produção acadêmica, a grande imprensa e a indústria cultural estejam
dominadas por esquerdistas. Mas quem permitiu a criação desse mito foi a
própria esquerda.
Fizemos
isso ao permanecer na luta econômica e abandonar a resistência às perseguições
racistas, machistas, sexistas, homofóbicas. Ao concentrar esforços nas lutas
contra as opressões e subestimar o combate à imensa desigualdade capitalista. Ao
limitar nossa compreensão teórica sobre como funciona a dominação burguesa a
alguns departamentos universitários e nichos editoriais.
Fizemos
isso, em resumo, ao deixarmos de ser anticapitalistas em todas as dimensões da
vida. Quando nos tornamos apenas sindicalistas, somente pesquisadores, meros
militantes profissionalizados, não mais que defensores identitários da
diversidade cultural, étnica, erótica, sexual, artística...
Tudo
isso nos levou a testemunhar passivamente a transformação de muitas de nossas causas
em mercadorias culturais da indústria de informação e diversão ou moedas de
troca política.
Foi
assim que tanto a esquerda institucional como a anticapitalista se tornaram
prisioneiras da hegemonia da grande burguesia que vem sendo combatida pelo
fanatismo da burguesia pequena. Ambas a serviço da produção e reprodução social
do capital, que segue destruindo milhões de vidas ou sua dignidade.
O
marxismo cultural é apenas uma caricatura. Mas estamos presos nela. Pelo menos,
até que a luta de classes nos permita enxergar as saídas que, certamente,
surgirão.
Bom dia, Sergio!
ResponderExcluirGostei muito dessa pílula, que retratou piamente o meu pensamento anticapitalista e antifascista. Não obstante as minhas limitações de saúde (insuficiência renal crônica, ainda não dialítica, mas q requer cuidado assim mesmo), procuro participar online de movimentos diversos, bem além dos sindicalismos e acadêmicos.
Daí o meu blog como um pequeno contributo.
Grande abraço!
Obrigado, Salete. Cuide-se!
ExcluirBeijos
Essa foi boa!
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