“No início do governo Fernando
Henrique Cardoso ficamos um ano sem fazer praticamente nada. Não sabíamos por
onde. Nesses períodos, é muito difícil saber por onde”. Estas palavras são de
João Paulo Rodrigues, um dos dirigentes nacionais do MST.
Foram ditas em entrevista publicada no portal“De Olho nos Ruralistas”, em 11/04/2019. Referem-se às dificuldades
de mobilização do movimento desde a eleição de Bolsonaro.
Muita gente boa pode considerar
o depoimento uma demonstração de “derrotismo”. Mas Rodrigues complementa
dizendo:
Uma
coisa é fazer disputa na internet, na Avenida Paulista, outra coisa é um
acampamento no Pará, onde a situação é muito adversa. Não podemos radicalizar
sem ter perna para fazer. Mas em algum momento temos que avançar contra
Bolsonaro, o conjunto da esquerda, agindo em bloco contra o ataque da direita.
O fato é que o movimento
perdeu 15% da sua base em acampamentos pelo Brasil. Difícil organizar novas ocupações,
diante das perspectivas de negociação zero e truculência máxima por parte do
governo Bolsonaro.
Diante disso, afirma
Rodrigues, a estratégia escolhida pelo movimento é a unificação da esquerda ao
redor de grandes pautas. No momento, a Reforma da Previdência.
O MST está correto. Há bandeiras
que unificam. Outras, nem tanto. Liberdade para Lula, por exemplo, é uma importante
exigência democrática. Mas está longe de ter o mesmo potencial que tem a defesa
da previdência pública. Tanto para mobilizar mais amplamente como para fazer
estragos na base eleitoral do governo.
Não são lutas
excludentes. Mas a prioridade dada a uma, pode inviabilizar a outra. Vale o mesmo
para a relação entre a internete e as ruas.
Concordo!
ResponderExcluirPerfeito! Sempre pensei nessa unificação da esquerda como essencial para enfrentar o fascismo!
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