A
pressão a partir do alto é enorme. Grande imprensa, empresariado graúdo,
banqueiros e especuladores em geral, instituições nacionais e internacionais e
até artistas da revista Caras. Todos exigem a Reforma da Previdência.
Apesar
disso, a proposta continua impopular. Diante dessa situação, seus defensores temem
uma “reforma enxuta”, “insuficiente”, “tímida”. Mas pode ser exatamente uma
reforma assim que querem seus proponentes. Não seria preciso reduzir e eliminar
direitos, logo de cara. Bastaria tirar a maior parte do capítulo da previdência
da Constituição.
É
o que explica, por exemplo, Eduardo Fagnani, professor de Economia da Unicamp,
em entrevista para o portal Sul 21. Referindo-se à
Emenda Constitucional (PEC) proposta pelo governo, ele afirma:
Eu li a PEC todinha, tem mais de 30 artigos que dizem”
‘esse artigo vale até que legislação complementar determine os termos disso”.
As regras do regime geral, da capitalização, tudo. O ardil é que eu desconstitucionalizo
as regras do regime geral e eu constitucionalizo a capitalização, que hoje não
faz parte da Constituição. E por que isso? Porque legislação complementar você
não precisa de 308 votos, precisa de 257. Você pode aprovar o desmonte do estado
social pelo rolo compressor do Congresso.
Mas
nem mesmo a implantação do sistema de capitalização precisaria ser aprovada
agora. É suficiente desconstitucionalizar o atual regime de repartição.
Tudo
isso seria a coroação de um processo de demolição dos direitos sociais que começou
com FHC e contou com razoável colaboração dos governos petistas.
Sem
muita resistência popular, não vão reformar a previdência pública. Vão destruí-la
de vez. A pressão precisa vir de baixo.
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