A mais perfeita ditadura
do mundo funciona há séculos sob o domínio de um partido único, com duas alas: a
republicana e a democrata.
A ditadura estadunidense
funciona tão bem que elege presidentes em um colégio eleitoral que, frequentemente,
ignora a vontade popular. O último deles foi Trump. Com três milhões de votos
populares a menos que Hillary Clinton, esse sistema não foi contestado nem mesmo
por ela.
Este forte aparato
político funciona como um muro contra alternativas mais democráticas. Principalmente,
contra forças de esquerda. É este muro que coloca do mesmo lado Bush, Trump, Obama,
Clinton...
Mas surgem sinais de rachaduras
nesse paredão. Uma onda rebelde de esquerda vem varrendo grande parte da sociedade
estadunidense. À frente dela, o senador Bernie Sanders.
Sanders luta para ser o
candidato democrata nas eleições presidenciais defendendo uma plataforma
política considerada radical. Na verdade, apenas propõe políticas de redistribuição
de renda, ampliação dos serviços públicos, taxação da riqueza e limitações à especulação
financeira. Mas basta isso para ser considerado um incendiário.
Sanders conta com forte
apoio em categorias sindicais recentemente envolvidas em grandes greves e lutas.
Suas propostas também vêm conquistando jovens, latinos, negros e muçulmanos.
Para muitos
comentaristas, Sanders representa a maior chance de uma vitória democrata nas próximas
eleições. Mas o maior inimigo dele hoje não são os republicanos. É a direção de
seu próprio partido, que prefere ver Trump reeleito a permitir a vitória de um “incendiário”.
Daí, as recentes sabotagens contra sua candidatura nas primárias democratas.
Há possíveis fraturas
na poderosa muralha conservadora estadunidense. E isso é muito importante para
os socialistas no mundo todo.
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Realmente, Obama é de chorar
Um racha no imperialismo é sempre bom.
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