Os entregadores de aplicativos farão nova greve em 25/07/2020. Exigem, basicamente, pagamento de taxas maiores, assistência durante a pandemia, fim dos bloqueios injustos e do sistema de pontuação.
Paulo Roberto da Silva Lima é uma das lideranças do movimento. Antifascista e conhecido como "Galo", ele também quer CLT para a categoria. Mas sua posição é minoritária. O discurso do “empreendedorismo” ainda é forte entre seus companheiros.
Além disso, a Uber foi criada para operar com carros autônomos. Para iFood e cia. o ideal seria drones no lugar de motoboys e ciclistas. Manter a intermediação humana, mesmo mal remunerada, não está nos planos deles. Menos ainda, relações trabalhistas.
Na verdade, desde que surgiu, o Capital procura esmagar o elemento humano até que ele desapareça como força produtiva e milagrosamente permaneça como consumidor.
O problema é que não há como obter lucro nem produzir consumidores sem explorar trabalho humano. Drones e carros robotizados não reclamam nem fazem greve, mas aquilo que faturam é corroído pela manutenção cara e uma obsolescência cada vez mais rápida.
Por isso, a luta principal dos entregadores só pode ser a exigência de seu reconhecimento como trabalhadores formais. É preciso travar essas máquinas virtuais de fazer escravos em pleno século 21.
Galo disse em uma entrevista que é um “político de rua”. E citou como exemplo de políticos de rua “Jesus Cristo, Gandhi, Luther King, Malcolm X, Tupac Amaru, Emiliano Zapata, Zumbi dos Palmares, Joana D’Arc, Rosa Luxemburgo”.
Mas um grande desafio de todo esse pessoal aí e de muitos outros lutadores era levar a política para as ruas. Os entregadores já estão nelas.
Leia também: Passado, presente e futuro na luta dos entregadores
Nenhum comentário:
Postar um comentário