Doses maiores

2 de julho de 2020

O antifascismo liderado por trabalhadoras jovens, negras e gays

A opressão que muitos de nós sofrem costuma ser redirecionada a outros. É por isso que gays podem ser racistas, muitos negros são machistas e há mulheres homofóbicas. É por isso que também há negros racistas, mulheres machistas e gays homofóbicos. Cliff cita ainda os preconceitos contra os mais jovens. Quase sempre considerados esquerdistas ingênuos pela militância mais madura.

A classe dominante assiste feliz a tudo isso. Segue sustentando seu sistema de exploração.

O desafio do movimento socialista é oferecer uma alternativa de luta q
ue supere todos esses obstáculos internos aos explorados. Se um dia conquistarmos essa vitória, nosso movimento será liderado por várias mulheres trabalhadoras, que sejam ao mesmo tempo negras, gays e jovens.

Os trechos acima são da pílula “A revolução liderada por operárias negras, jovens e gays”, publicada em 08/03/2012. O título inspirava-se em um artigo do revolucionário inglês Tony Cliff.

Oito anos depois, uma entrevista publicada no portal “Marco Zero Conteúdo” recebeu o seguinte título: “Liderança dos entregadores antifascistas em Pernambuco é jovem, negra, lésbica e da periferia”.

O depoimento aconteceu no contexto da primeira greve nacional dos trabalhadores de aplicativos de entrega, realizada no dia 01/07.

O momento não é revolucionário e o socialismo está longe de nosso horizonte. Mas cada vez mais ser mulher, explorada, negra e gay, sob um sistema que esmaga liberdades, empurra milhões para as fileiras antifascistas. E integrar essas fileiras já é meio caminho para assumir a vanguarda de lutas revolucionárias.

Ela se chama Pammella Silva e tem 21 anos. É uma das centenas de milhares de vítimas do sistema que podem se tornar seus carrascos.

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