Em meio à confusão de
informações sobre o que está acontecendo no Egito, uma coisa é certa. O governo
Mursi caiu porque milhões de egípcios foram às ruas.
É o que se deduz do artigo “Egito:
quatro dias que abalaram o mundo”, publicado pelo jornal inglês Socialist
Worker. Seu autor é Sameh Naguib, membro dos Socialistas Revolucionários, do Egito.
Seguem alguns trechos traduzidos do inglês:
O que aconteceu no Egito é o auge
da democracia, uma revolução de milhões pela derrubada de um governo.
(...)
As instituições militares são
hostis à revolução egípcia. Elas se livraram de Mubarak para escapar do fogo
cruzado da revolução. Agora, os militares se livraram da Irmandade e de Mursi,
seus antigos aliados, com medo de que o terremoto da revolução os atinja.
(...)
Por isso, devemos combater todas
as formas de repressão aos muçulmanos, incluindo prisões e fechamentos de seus
veículos e jornais. Para o que acontece hoje com eles não venha a acontecer
amanhã com todos os trabalhadores e socialistas.
(...)
As massas egípcias
conseguiram derrubar dois presidentes em 30 meses. Todo este poder não se
reflete apenas em protestos reunindo milhões, mas também nas ondas de greves e
manifestações populares que se seguiram. A confiança política se transforma em
confiança nas lutas sociais e econômicas, e vice-versa.
(...)
O que está acontecendo
ultrapassa de longe a democracia formal, com suas urnas. É a legitimidade democrática
conquistada através da revolução popular. Democracia direta criando
legitimidade revolucionária.
Como se vê, a situação é
complexa. Cheia de idas e vindas. Disputas a cada passo e momento. Exatamente como
são os processos revolucionários.
Leia a íntegra do artigo aqui
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