As manchetes dos jornais
foram tomadas pelo escândalo da espionagem dos Estados Unidos.
“Brasil monta grupo de
trabalho para investigar espionagem dos EUA". “Analistas: espionagem
abala, mas não arrisca relação Brasil-EUA". “Parlamentares querem
explicações sobre espionagem dos EUA”. “Governo anuncia grupo de trabalho sobre
espionagem dos EUA”. “Senadores querem abertura de CPI sobre espionagem dos Estados
Unidos".
Mas não apareceu nenhuma manchete
como esta: “Vale utiliza arapongas da ditadura para espionar”. A denúncia foi
feita Lúcio Flávio Pinto, no site Cartas da Amazônia em 07/07. Segundo o
jornalista, a segunda maior mineradora do mundo tem “nos seus arquivos
prontuários de pessoas que lhe interessam, incomodam ou são seus inimigos”. E o
servicinho sujo é feito por “ex-agentes do serviço de informações do governo,
novos ou mais antigos, remanescentes da era do SNI e integrantes da Abin”.
Governos e parlamentares também
não deram muita atenção à matéria do Estadão sobre espionagem da Abin no Porto
de Suape, Pernambuco, publicada em abril. Ninguém se mexeu nos altos escalões
quando movimentos sociais denunciaram ações de espionagem cometidas pelas construtoras
da usina de Belo Monte e pela Abin em Altamira, Pará. A operação vergonhosa foi
descoberta em fevereiro e teve como alvo o Movimento Xingu Vivo, que luta
contra a obra.
Pode-se argumentar que o caso
dos Estados Unidos envolve soberania e segurança nacional. Mas o Estado
brasileiro não só não garante a segurança e a soberania do povo trabalhador,
como se junta ao Capital para atacá-las.
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pesadelos do mercado
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