Em 10/07, Martin Wolf
publicou o artigo “A China não vai comprar o mundo” no Valor Econômico. O texto
traz vários dados interessantes. Mas os mais importantes são aqueles que dão
sentido ao título do artigo.
Basicamente, Wolf cita
informações de Peter Nolan, professor de desenvolvimento chinês da Universidade
de Cambridge. Nolan diz que “estamos dentro da China, mas a China não está
dentro de nós”. A frase procura desmistificar a ideia de que o gigante asiático
caminha a passos largos para engolir o mundo.
O fato é que os maiores
beneficiados pelo enorme crescimento econômico chinês estão fora de seu
território. Vejamos os números que o professor apresenta:
Entre 2007 e 2009, empresas
com investimentos estrangeiros foram responsáveis por 28% do valor agregado
industrial da China; 66% de sua produção em setores de alta tecnologia; 55% de
suas exportações; e 90% das exportações de produtos de alta tecnologia ou de
novas tecnologias.
Ainda segundo Nolan, em 2012,
circularam pelo mundo US$ 23,6 trilhões em investimentos externos diretos. Mas apenas
os Estados Unidos foram responsáveis por US$ 5,2 trilhões desse total. Dez
vezes mais que os US$ 509 bilhões chineses.
Tudo isso mostra que a China
é antes de tudo uma planta industrial que bombeia lucros para o capitalismo
ocidental. Seu aparente sucesso deve-se à vergonhosa entrega do gigantesco
operariado do país à ganância das corporações internacionais. Centenas de
milhões de mulheres e homens sacrificados no altar do capitalismo global.
Que essa vergonhosa
exploração transforme os trabalhadores chineses nos coveiros de seus
governantes, fiéis servos de capitalistas do mundo todo.
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