Doses maiores

19 de julho de 2013

A crise revolucionária e o encontro internacional do medo

José Arbex escreveu “Brasil pode desembocar em crise revolucionária” para o blog Viomundo. Obviamente, ele se refere às grandes manifestações que tiveram início em junho.

O jornalista cita a famosa fórmula de Lênin sobre crises revolucionárias, que pode ser resumida assim: a classe dominante já não consegue governar como sempre governou, enquanto os dominados já não suportam mais viver como sempre viveram.

Arbex ressalta que se trata apenas de uma possibilidade. E lembra os enormes levantes argentinos de 2001. A posterior eleição dos Kirschner mostraria que nem toda crise revolucionária tem necessariamente um final feliz.

No entanto, se acrescentarmos o medo da classe dominante a este cenário, estamos com meio caminho andado. É o que se deduz de uma matéria do Valor de 18/07, intitulada “Manifestações de rua acendem alerta no G-20”.

O texto de Assis Moreira refere-se ao encontro de “ministros das Finanças e do Trabalho” das vinte maiores economias, em Moscou. Segundo um participante, "as autoridades estão um pouco assustadas, eu diria mesmo com um pouco de medo".

A mesma fonte lembra que há manifestações na Rússia, Indonésia, Índia, África do Sul, Chile, Peru e Turquia. E cita as crises em Portugal, Grécia e Espanha, com desemprego de 18% no primeiro país e 27% nos outros dois.

Muitas centrais sindicais também estão em Moscou. Ao invés de organizar as lutas dos explorados, foram implorar medidas econômicas menos duras aos exploradores. E esta é a grande questão. As lideranças populares de esquerda vão apostar na crise revolucionária ou no encontro internacional do medo?

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