Em artigo publicado na Folha
em 29/07, Reinaldo José Lopes avisa: “Francisco muda ênfase, mas não conteúdo
de doutrina sobre gays”. Ele refere-se à aparente tolerância do novo Papa em
relação à homossexualidade. Para Lopes:
...a
rigor, não há nada de inovador em Francisco afirmar que é preciso acolher as
pessoas com "tendências" homossexuais e, inclusive, citar o Catecismo
da Igreja Católica, o guia doutrinal máximo do catolicismo, a esse respeito. É
o que os últimos papas ou seus "czares" doutrinais, os chefes da
Congregação para a Doutrina da Fé, têm dito reiteradas vezes.
Outra reportagem, do mesmo dia, destaca a grande habilidade política do novo papa. Trata-se de entrevista com o
jornalista Marco Politi, um dos vaticanistas mais respeitados de Roma. No
depoimento publicado pelo Globo, ele diz:
É um Papa político. Na
composição do conselho de oito cardeais (que vai propor uma reforma da Cúria
Romana) ele escolheu todas as correntes da Igreja: tem progressista como Oscar
Andrés Maradiaga (cardeal-arcebispo de Honduras), mas também o cardeal
conservador George Pell, da Australia, e um centrista ligado à Ratzinger, como
o cardeal Reinhard Marx (da Alemanha). O Papa poderá sempre justificar decisões
dizendo: foram tomadas por todos.
Para resumir o que pensa
sobre Bergoglio, o entrevistado afirma: “é o Papa não-Papa, que interpreta
muito bem a situação de crise do mundo contemporâneo”.
Em tempos que viram a
ascensão de Lula e Obama ao governo, é possível alinhar Francisco às figuras
históricas que facilitam a vida dos poderosos. São os famosos e populares
“sabonetes” da alta política mundial.
Leia também: A
moral e os péssimos costumes da Igreja Católica
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