Em 05/02, no editorial “Créditos ‘podres’ chineses
preocupam o mundo”, o Globo aborda o elevado “nível de inadimplência de pessoas
físicas e corporações” em todo o mundo. Na Europa, por exemplo, o volume total
de empréstimos duvidosos supera US$ 1 trilhão.
O problema, diz o texto, “vem tirando o sono de
investidores, governos e analistas”. Mas a maior preocupação é com a China, que
teria um volume de “empréstimos duvidosos” acima dos US$ 5 trilhões. O montante
equivale à metade do PIB. Por isso, diz o editorial, “o mercado de ações chinês
vem caindo com força nos últimos meses”.
O que o editorial chama de “empréstimos duvidosos” ficou
conhecido após o estouro da crise de 2008 como “subprime”. E no caso da China,
há o agravante de que parte de seu setor bancário se encontra na “sombra”. Ou
seja, fora do alcance da regulamentação governamental. Uma situação com
potencial para arruinar a economia mundial numa dimensão inimaginável.
Em junho de 2013, a pílula “A sombra dos créditos podres chineses” já alertava para esse perigo. De lá para
cá, a coisa só piorou. A previsão é de que o volume total de empréstimos no
mercado chinês chegará a US$ 30 trilhões no fim do ano.
Mas o Globo considera a solução “relativamente simples”.
Basta uma “calibragem entre crescimento econômico e saúde fiscal”, afirma o
editorial. Era isso que diziam os neoliberais diante dos alertas que antecederam o desastre de 2008.
Veio a crise, ela continua aí, mas os advogados do capitalismo
continuam a tomar as sombras pelas coisas que as projetam.
Leia também: A China e os delírios que a cercam
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