A publicação “Lavouras Transgênicas: riscos e incertezas”
foi lançada recentemente pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário. Organizada
por Gilles Ferment, Leonardo Melgarejo, Gabriel Bianconi Fernandes e José Maria
Ferraz, ela traz referências a cerca de 750 artigos publicados entre 1980 e
2015 sobre transgênicos.
Segundo os autores, são contribuições mantidas “na
invisibilidade porque seus achados contrariam as abundantes campanhas de marketing”
a favor dos organismos geneticamente modificados.
O estudo começa abordando toda a complexidade envolvendo a
principal matéria-prima das manipulações transgênicas. A simples transcrição da
informação do DNA contido no núcleo de uma única célula humana “exigiria a
publicação de 10 livros, em formato A4, com 1.000 páginas cada”.
A encrenca é tamanha que os cientistas atualmente não têm
certeza sobre o que exatamente seja um gene e qual seu verdadeiro papel. Um
exemplo: o ser humano possui aproximadamente 22 mil genes. Mas isso representa
menos da metade dos cerca de 50 mil genes do arroz.
São informações que desfazem o mito de que o conhecimento
do genoma equivale a dispor de um mapa capaz de organizar a criação da vida. Na
verdade, diz o levantamento, o nível de certeza em manipulações genéticas “se
revela substancialmente inferior ao das loterias”.
Daí, o clima de insegurança quanto aos efeitos
patológicos da engenharia transgênica. Ingerir plantas banhadas em agrotóxico
ou saturadas de toxinas não é nada tranquilizador.
Mas é possível deduzir uma grande certeza da leitura da
publicação. Na loteria dos transgênicos perdem a saúde e a economia populares.
O grande prêmio fica com a meia dúzia de grandes empresas que controlam o
mercado de alimentos.
Acesse a publicação aqui.
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