Novas confusões envolvendo o zika. É que circularam nas
redes e grande imprensa informações relacionando o larvicida piriproxifeno ao
surto de microcefalia, tomando como base uma nota da Associação Brasileira de
Saúde Coletiva (Abrasco).
A entidade, porém, divulgou nota negando que tenha ligado
o uso de “pesticidas, larvicidas ou outro produto químico” ao número de casos
de microcefalia no Brasil.
Apesar disso, a Abrasco apoia a suspensão do uso do larvicida,
pois condena “o uso de produtos químicos numa escala que desconsidera as
vulnerabilidades biológicas e socioambientais de pessoas e comunidades”. Algo
que só interessaria aos produtores e comerciantes “desses venenos”, afirma a
organização.
Mas como confusão pouca é bobagem, também estão sendo
levantadas suspeitas em relação à criação de “Aedes Aegypti” transgênicos. O
inseto foi criado pela empresa britânica Oxitec e teria como função cruzar
com mosquitos normais gerando descendentes estéreis, interrompendo seu ciclo
reprodutivo.
Em 2015, um relatório da organização GeneWatch colocou sérias
dúvidas sobre a capacidade do novo mosquito de erradicar
o “Aedes Aegypti”. Além disso, sua utilização poderia favorecer o avanço de
formas mais agressivas de dengue, como a hemorrágica. Por fim, a diminuição da
população do tipo Aegypti do Aedes pode favorecer a expansão tipo Albopictus,
que é mais difícil de erradicar.
Por outro lado, não falta à Oxitec competência para
ganhar dinheiro. A superintendência de Vigilância e Proteção da Saúde da Bahia,
por exemplo, afirmou que a “aplicação-teste” do inseto transgênico em apenas dois
bairros do município de Jacobina custou ao governo baiano R$ 1,2 milhão.
Enfim, continuamos a ser ameaçados pela mesma praga: o
lucro.
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