A Previdência Social volta a ser alvo de privatizadores e
mercenários do mercado. O velho pretexto é um déficit em seu orçamento que não
existe.
É o que afirma, por exemplo, Eduardo Fagnani, em artigo
publicado na Plataforma Política Social - Caminhos para o Desenvolvimento, em 21/02.
Professor do Instituto de Economia da Unicamp, ele cita números de 2012 que
exibem saldo positivo de R$ 78,1 bilhões na Previdência.
A questão é que o governo coloca na conta da Previdência
despesas que não são dela, como a seguridade dos servidores públicos, que deveria
ser custeada pelo Tesouro Nacional.
Mas há outras distorções graves. É o caso do pornográfico
gasto público com juros.
Segundo o economista Amir Khair, em entrevista à Carta
Capital em 22/02, entre 2014 e 2015 as despesas com os benefícios
previdenciários tiveram um aumento de R$ 6 bilhões. Enquanto isso, o gasto com
juros cresceu R$ 130 bilhões. Sendo que as primeiras beneficiam trabalhadores e
o segundo, especuladores.
O que realmente está em jogo é o controle de uma montanha
de dinheiro e do maior programa social do País. O mais recente Boletim
Estatístico da Previdência Social indica quase 33 milhões de pessoas sob
cobertura previdenciária. Já o Bolsa Família, atende a 13 milhões de inscritos,
equivalente a 40% do total do INSS.
Como disse André Singer em sua coluna na Folha, em 20/02,
“a seguridade social está no centro da luta de classes contemporânea”. Não à
toa, propostas de privatizá-la e de restringir seus direitos partem sempre dos exploradores.
Vergonhosamente, muitas vezes, conseguem o apoio de quem se diz representantes
dos explorados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário