Em 19/02, Gabriel
Brito e Valéria Nader publicaram uma ótima e esclarecedora entrevista com
Denise Gentil no Correio da Cidadania. A economista e pesquisadora acabou de
concluir sua tese de doutorado sobre o que considera “o falso déficit da
Previdência”.
O depoimento
reforça a necessidade de lutar contra mais um ataque à Previdência Social. Um exemplo,
a pesquisadora afirma que, computadas todas as suas receitas, “a Seguridade
Social teve superávit de R$68 bilhões em 2013, R$ 36 bilhões em 2014 e R$16
bilhões em 2015”.
Mas poderiam ser números
ainda maiores não fosse uma nociva política adotada pelo governo Dilma.
Trata-se das “desonerações tributárias” destinadas à “recuperação da indústria”
e do emprego. Por este instrumento, o governo abriu mão de R$ 253 bilhões em
impostos, em 2014, dos quais R$ 136 bilhões pertenciam à Seguridade Social.
Mas 2015 foi pior:
...a
desoneração total chegou a R$282 bilhões e representou um valor maior do que a
soma de tudo o que foi gasto, em 2014, em Saúde (R$93 bilhões), Educação
(R$93,9 bilhões), Assistência Social (R$71 bilhões), Transporte (R$13,8
bilhões) e Ciência e Tecnologia (R$6,1 bilhões) pelo governo federal.
Do total do valor
das renúncias de receitas tributárias, 55% pertenciam à Seguridade Social, diz
a entrevistada.
Apesar de toda essa
farra fiscal, os resultados em relação ao crescimento do emprego foram tímidos
e tiveram fôlego curto. As filas de desempregados crescem enquanto as verbas de
proteção social encurtam graças à transferência indireta de verbas públicas dos
setores sociais para o grande empresariado.
Mais uma evidência
de que o ajuste neoliberal está em plena execução.
Leia a íntegra da entrevista.
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