Em 24/02, comemoraram-se os 84 anos da conquista do voto feminino
no Brasil.
Mas oito décadas depois, a participação feminina na
política continua limitada. Elas não chegam a ser 10% dos deputados federais, por
exemplo. E é em lugares como este que são debatidas propostas como a que recentemente
foi feita no sentido de equiparar a idade para a aposentadoria entre mulheres e
homens.
O problema é que há muito tempo se sabe que as mulheres trabalham
bem mais que os homens. E um recente estudo publicado pelo IBGE voltou a
confirmar isso, apontando uma jornada de 5 horas a mais para elas.
Segundo o levantamento, são 51,3 horas por semana de trabalho
para os homens, incluindo ocupação principal e tarefas da casa. Já as mulheres,
cumprem as mesmas tarefas durante 56,3 horas semanais.
O fato é que uma coisa tem tudo a ver com a outra. Na sociedade
em que vivemos não é o voto que determina quem manda na vida política do país. São
outros fatores muito mais poderosos. E, entre eles, está a divisão social do trabalho.
Faz muita política quem tem tempo. São os representantes dos interesses de
empresários, banqueiros, latifundiários. Faz pouca ou nenhuma quem trabalha
duro 9h ou 10h por dia. Ou muito mais, como as mulheres.
Por outro lado, há um tipo de política que pode ser radicalmente
decisiva em certos momentos. É a da mobilização e a resistência dos explorados e
oprimidos. É a organização em associações, sindicatos, partidos. Não à toa, as
mulheres são maioria em muitas das lutas populares.
Ajudaria muito se não as atrapalhássemos tanto.
Leia também: A dupla jornada do feminismo
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