O medo de novos surtos da crise que começou em 2008 não
sai dos jornais. O artigo “O que está paralisando a economia mundial”,
publicado no Globo em 15/02, é um exemplo.
Escrito por Joseph Stiglitz e Hamid Rashid, o texto faz
um bom resumo da confusão econômica em que o mundo se meteu desde 2008. Basicamente,
os autores afirmam que a dinheirama que vários governos colocaram à disposição
dos bancos logo após a crise continua a alimentar a especulação que afundou a
economia mundial.
É o caso dos Estados Unidos, onde as reservas do Banco
Central passaram de uma média de 200 bilhões de dólares no período de 2000 a
2008 para 1,6 trilhões entre 2009 e 2015. É que as “instituições financeiras
preferiram manter seu dinheiro lá a “emprestá-lo para a economia real”. Com isso,
lucraram perto de 30 bilhões de dólares no período, “completamente livres de
riscos”, diz o artigo.
Os autores lembram ainda que “quando Banco Mundial ou o
Fundo Monetário Internacional emprestam dinheiro barato aos países em
desenvolvimento, impõem condições sobre o que pode ser feito com os recursos”.
O Banco Central americano deveria ter feito o mesmo com
os bancos que ajudou a salvar, defendem Stiglitz e Rashid. Deveria tê-los obrigado
a emprestar para atividades produtivas.
A proposta chega a ser ingênua, não só porque quem governa
foi eleito graças ao poder econômico, mas também porque quem realmente manda na
economia são os bancos centrais, cujos membros jamais receberam um único voto.
Portanto, o que paralisa a economia mundial é exatamente a
ação dos encarregados de a colocar em movimento.
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