Hoje,
não chegam a 900 mil no país todo. Foram dizimados e continuam a
sê-lo. Mas, ao contrário do que se costuma dizer, não foi a
superioridade militar dos invasores brancos o fator determinante para
essa mortandade. Pelo menos, não logo no início.
A
tecnologia militar baseada na pólvora não era exatamente uma
maravilha naquela época. Os indígenas contavam, por exemplo, com
"flechas medindo cerca de 1,60 metro, com pontas que podiam ser
de bambu, de dente de tubarão ou mesmo de ferrões de arraia”,
capazes de atravessarem um homem e “ir pregar no chão”.
As
armas de fogo europeias tinham “principalmente um efeito moral,
causando pânico nas fileiras indígenas”. Mas um índio lançaria
uma dúzia de setas antes de um português recarregar seu arcabuz.
A
causa principal da
rápida dizimação desses
povos
foram
“doenças
infecciosas trazidas pelos colonizadores, que conseguiram exterminar
indígenas com uma eficácia superior a qualquer canhão ou arcabuz
europeu”.
Eram,
principalmente, sarampo, varíola, rubéola e gripe. E nem era
necessário o contato direto com os europeus:
Alguém
que nunca tinha visto um branco na vida poderia morrer de sarampo ao
entrar em contato com um mercador indígena que visitara uma aldeia
por onde jesuítas tinham passado uma semana antes, por exemplo.
Hoje,
os índios já
desenvolveram
anticorpos
para a maioria daquelas moléstias. Mas continuam a morrer doentes ou
da
força bruta.
Continuamos sendo
sua
patologia
mais
letal.
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