Os
últimos acontecimentos parecem provar que qualquer melhora na justiça social no
País é intolerável. Nem mesmo a luta por igualdade social seria admissível.
Não
foi apenas a execução de Marielle. Muito menos, a prisão de Lula. São as dezenas
de milhares de mortes anuais. Não somente de lutadores sociais nos sertões e
grotões, mas da população preta e pobre, moradora das periferias e condenada
por mera suspeição.
Estamos
entre os campeões mundiais de desigualdade social, mas somos uma das maiores
economias do planeta. É o contraste entre as duas coisas que exige uma enorme e
eficiente máquina de moer tanta gente humilhada e explorada.
Talvez,
seja essa máquina que torne o surgimento de um movimento de massas fascista mais
que difícil, desnecessário entre nós. No lugar de hordas nazistas homicidas uniformizadas,
já temos forças de segurança fortemente armadas, fardadas ou à paisana.
Entre
os muitos fascistas que ocupam cargos no aparato estatal poucos foram eleitos.
Qualquer
esperança de melhora na situação social do País só parece possível por processos
violentos. Não os da luta armada popular, mas principalmente pelo choque
radicalizado de interesses de classe.
É
o choque violento entre facções das classes dominantes que abre brechas para que
as forças populares possam conquistar vitórias importantes. Foi assim em 1917, por
exemplo. Não apenas no interior do Império Russo. Havia também um cenário
rasgado por sangrenta guerra entre potências imperialistas.
Mas
essa hipótese pode levar a uma omissão historicamente criminosa e politicamente
desastrosa. Aguardar a ocorrência de graves divergências entre os de cima para somente
então agir, seria uma aposta na barbárie.
Voltaremos
ao tema.
Reflexão interessante para os que entre nós se preocupam tanto com o Bolsonaro. Concordo, acho que a burguesia não precisa de uma veste tão depravada para continuar exercendo seu poder depravado de classe.
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