Marchamos
sobre alojamentos do regime segregacionista para que todos os guetos da
depressão social e econômica sejam dissolvidos, e negros e brancos possam viver
lado a lado em habitações decorosas, seguras e saudáveis.
Marchamos
sobre escolas do regime segregacionista para que todo vestígio de instrução
segregacionista e inferior se torne coisa do passado, e negros e brancos possam
estudar lado a lado num contexto capaz de restaurar na sociedade uma sala de
aula.
Marchamos
sobre a pobreza para que nenhum pai americano seja obrigado a deixar de comer
para alimentar seus filhos. Marchamos sobre a pobreza até que não haja famintos
que perambulam pelas ruas das nossas cidades grandes e pequenas, procurando um
emprego inexistente.
Marchamos
sobre as urnas eleitorais até os algozes racistas desaparecerem da arena
política. Marchamos sobre as urnas eleitorais até os Wallace do nosso país se
retirarem tremendo em silêncio.
O Wallace citado
acima foi um dos principais defensores das leis racistas estadunidenses. No atual cenário político
brasileiro, não é difícil imaginar quem seriam os Wallaces a ser combatidos.
Mas a
referência ao ato de marchar implica grandes mobilizações sociais. A direita
não será derrotada pelo voto. Quem pensa assim, precisa lembrar de uma outra frase
famosa de King:
O que mais preocupa não é o grito dos violentos, dos
corruptos, dos desonestos, dos sem-caráter, dos sem-ética. O que mais preocupa
é o silêncio dos bons.
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