O
verdadeiro objetivo da nossa luta é o de matar o monstro do preconceito racial
no coração do governo e dos brancos do lugar (...). Há apenas uma maneira de
matar o monstro e é oferecendo-nos em sacrifício. Não há vida senão através da
morte. Só a morte pode levantar-nos. É o único meio eficaz de persuasão. É um
selo que deixa uma marca permanente.
Essas palavras são de Mohandas Gandhi e estão no livro “A Não Violência – Uma história fora do mito”, de Domenico Losurdo.
Essas palavras são de Mohandas Gandhi e estão no livro “A Não Violência – Uma história fora do mito”, de Domenico Losurdo.
Com base nelas, os militantes
da luta pela libertação colonial da Índia recebiam uma ordem precisa ao
enfrentar qualquer repressão policial: “Vocês não devem levantar uma mão sequer
para proteger-se dos golpes”. De fato, eles sentavam-se no chão e apanhavam até
perder a consciência, sem esboçar a menor resistência.
Havia casos em que mulheres
erguiam suas crianças para fazer com que levassem pancadas na cabeça desferidas
pelas forças policiais. Impassíveis, entregavam seus filhos em sacrifício pela
causa.
Tais “sacrifícios”
causavam enorme indignação moral em favor de suas vítimas. Por isso, Gandhi os
utilizava sem o menor constrangimento: “Para conseguir a liberdade tenho que
oferecer um milhão de vidas. Estou disposto a esse sacrifício sem o mínimo
remorso”. A não-violência não é para covardes, dizia.
Mas, para Losurdo, a não-violência
revela-se conspurcada “por uma violência que acaba atingindo, ou entregando aos
golpes que se preveem ou que são desferidos, vítimas inocentes, inconscientes e
indefesas.”
Ou seja, meios não
violentos são incapazes de evitar a violência. Por isso, é preciso avançar no
debate sobre a resistência popular à repressão estatal e fascista.
Leia também: Limpando
a barra de Gandhi
Nenhum comentário:
Postar um comentário