Heitor dos Prazeres |
O
marxismo reduz tudo à economia: arte, religião, política, direito, guerra,
moralidade... Esta é mais uma crítica à qual Terry Eagleton procura responder
em seu livro “Marx estava certo”.
Em
“A ideologia alemã”, Marx diz que o primeiro ato histórico é a produção dos
meios para satisfazer nossas necessidades materiais. Mas se isso significasse que
tudo é determinado pela economia, o próprio marxismo seria impossível, afirma Eagleton.
Por
outro lado, de fato:
...Marx insiste no papel central desempenhado até hoje
pelo fator econômico (...) na história. Isso, porém, é uma crença que nem de
longe lhe é exclusiva. Cícero defendia a tese de que a finalidade do Estado era
proteger a propriedade privada (...). Um bom número de pensadores do Iluminismo
via a história como uma sucessão de modos de produção, acreditando, também, que
isso pudesse explicar status, estilos de vida, desigualdades e relações
sociais, tanto dentro da família quanto do governo. Adam Smith encarava cada
estágio de desenvolvimento social na história como gerador de suas próprias
formas de direito, propriedade e governo. Jean-Jacques Rousseau afirma em seu
Discurso sobre a desigualdade que a propriedade traz em seu rastro a guerra, a
exploração e o conflito de classes. Insistia, ainda, que o chamado contrato
social é uma fraude perpetrada pelos ricos contra os pobres a fim de proteger
seus privilégios.
E
segundo um grande pensador:
...sem o trabalho, ficaríamos simplesmente à toa o dia
todo, cedendo aos impulsos de nossa libido de forma despudorada.
Foi
Freud que disse isso e, mesmo sem saber, estava falando de algo muito parecido
com a sociedade comunista defendida por Marx.
Leia
também:
Para
Marx, igualdade é coisa de burguês
Nenhum comentário:
Postar um comentário