Doses maiores

23 de maio de 2018

Eleições: de volta ao Segundo Reinado?

Em 21/05/2018, William Nozaki publicou o artigo “O recado das urnas e o erro dos analistas políticos” no portal Brasil Debate.

Nele, o economista e sociólogo considera que, no atual processo eleitoral, a distinção entre liberais e conservadores seria mais útil que a oposição esquerda x direita.

Nozaki exemplifica:

Se organizarmos a leitura das pesquisas eleitorais pelos termos acima sugeridos, o programa demandado pela sociedade, perceberemos que a amplíssima maioria dos eleitores deseja um projeto de sociedade com mais liberdades e igualdades e menos privilégios e vantagens indevidas. Quando Guilherme Boulos (PSOL) é interrogado sobre o que é o socialismo, quando Manuela D’Ávila (PCdoB) é questionada sobre o que é o comunismo, quando Ciro Gomes (PDT) é perguntado sobre o que é seu desenvolvimentismo e quando Lula é questionado sobre o seu “trabalhismo” todas as respostas passam por um mesmo ponto: a igualdade de oportunidades. Uma agenda, a propósito, que também tem a adesão de uma parcela dos eventuais eleitores de Marina Silva (Rede) e de Joaquim Barbosa (PSB), por isso esses candidatos tem tido melhor desempenho nas pesquisas.

Portanto, diz o articulista, a sociedade tem uma demanda liberal “desconfortável para a esquerda e ininteligível para a direita irracional dos parvos Bolsonaros, MBLs e afins”.

Em última instância, diz ele, esse cenário demonstraria que “o lulismo venceu, ele é hegemônico na sociedade brasileira”.

É, faz sentido. Mas também poderíamos lembrar a frase: "Nada mais parecido com um conservador do que um liberal no poder”, muito popular durante o Segundo Reinado.

Ou seja, se o lulismo venceu, foi sob uma hegemonia que vem do tempo da escravidão.

Leia também: O lulismo algemado à institucionalidade

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