Esta é mais uma acusação
que Terry Eagleton procura refutar no livro “Marx estava certo”.
Claro que Marx era
ateu, diz o autor:
...mas
não é preciso ser religioso para ser espiritual, e alguns dos grandes temas do
judaísmo — a justiça, a emancipação, o reino da paz e da abundância, o dia da
prestação de contas, a história como uma narrativa de libertação, a redenção
não apenas do indivíduo, mas de todo um povo destituído — embasam sua obra de
forma convenientemente secularizada. Ele também herdou a hostilidade judaica
aos ídolos, aos fetiches e às ilusões escravizadoras.
Em outras passagens do
livro, Eagleton afirma:
O
materialismo marxista não é um conjunto de declarações sobre o cosmos, do tipo
“Tudo é feito de átomos” ou “Deus não existe”, mas uma teoria sobre como
funcionam os animais históricos.
(...)
O
espiritual tem a ver com o outro mundo, mas não o outro mundo conforme o
concebiam os clérigos, e sim outro mundo que os socialistas esperam construir
no futuro, para substituir aquele que nitidamente esgotou seu prazo de
validade. Qualquer um que não seja do outro mundo nesse sentido obviamente não
deu uma boa olhada à sua volta.
(...)
Quem
costuma ver as questões espirituais como um domínio arrogantemente apartado da
vida cotidiana são os burgueses prósperos, pois necessitam de um lugar para se
esconder do próprio materialismo crasso.
Não à toa, a sabedoria
popular costuma condenar o materialismo como um pecaminoso apego às riquezas.
Leia também:
Sobre o tema indico um programa radiofônico de um frade dominicano (Rui Manuel Grácio das Neves) que conheci em Portugal recentemente: https://www.youtube.com/watch?v=RmtGNQRrxCk
ResponderExcluirEle é um cara bem interessante, vale a pena acompanhar suas excelentes contribuições.
Militou nas CEBs no Brasil nos anos 1980 depois realizou trabalhos também na Índia.
Abraço
Bruno
Legal. Vou tentar assistir.
ExcluirValeu!