Em
25/04/2018, Ermínia Maricato e Ana Gabriela Akaishi publicaram artigo no portal Outras Palavras sobre a concentração fundiária na maior cidade do
País.
“São
Paulo é uma das poucas cidades no Brasil (se não a única) a abrir publicamente
o cadastro imobiliário fiscal do IPTU”, dizem elas. Trata-se do Geosampa,
disponível desde maio de 2016.
São
3,3 milhões registros imobiliários. Mas apenas 1% dos donos de imóveis
concentra 45% do valor imobiliário da cidade. São 820 mil imóveis valendo R$
749 bilhões em nome de 22,4 mil proprietários.
O
maior proprietário é o empresário João Carlos Di Genio, fundador do Grupo
Objetivo e da Unip, com mais de R$ 1 bilhão em imóveis. O segundo é o
empresário Hugo Eneas Salomone, da Construtora e Imobiliária Savoy, com pelo
menos 180 mil m2. Dentre eles, a Galeria Olido, grande parte do Conjunto
Nacional e os shoppings Aricanduva, Central Plaza e Interlagos.
Em
terceiro lugar, a família Maluf, com 19 imóveis valendo quase R$ 450 milhões.
Mas
também merece destaque o desembargador José Antônio de Paula Santos Neto, proprietário
de 60 imóveis em bairros como Perdizes, Pacaembu, Higienópolis e Morumbi. Patrimônio
incompatível com seu salário de R$ 30 mil, mais auxílio-moradia.
Por
fim, as autoras citam levantamento da ONG Transparência Internacional, em que
3,4 mil imóveis paulistanos avaliados em R$ 8,5 bilhões estão ou estiveram em
nome de empresas registradas em países como Estados Unidos, Panamá, Suíça e
Uruguai.
Nenhum
destes proprietários acendeu o fósforo no centro de São Paulo, em 1º de Maio.
Mas todos vêm encharcando a vida urbana da cidade com material altamente inflamável.
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