Mais
informações desagradáveis sobre Mohandas Gandhi, retiradas do livro “A Não Violência – Uma história fora do mito”,
de Domenico Losurdo.
Durante
os 20 anos que morou na África do Sul, Gandhi liderou a resistência dos indianos
contra o racismo colonialista. Foi nessa luta que ele aprofundou sua concepção
segundo a qual o inimigo a ser derrotado é o princípio da violência.
Mas
em uma carta aberta a
parlamentares do estado de Natal, em dezembro de 1894, Gandhi deixa claro qual
é seu maior objetivo naquele momento.
Protestando contra a
exclusão de direitos políticos para os indianos residentes na África do Sul, ele
observa que, assim como os ingleses, também os indianos brotaram do “tronco
chamado indo-ariano”. Portanto, não aceita que o indiano seja “rebaixado à
posição do cafre selvagem”.
Sendo que “cafre” era
um termo ofensivo utilizado pelos colonizadores britânicos para se referir aos
negros africanos.
Segundo Losurdo, a partir desse
ponto é possível compreender a atitude do líder indiano em relação à Primeira
Guerra. A evidência de que os indianos pertenciam ao tronco indo-europeu e
ariano, em última análise, à raça branca, seria “demonstrada nos campos de
batalha”.
Gandhi escreve em uma carta ao
vice-rei, após manifestar a disponibilidade do seu povo para produzir o máximo
esforço bélico pelo Império Britânico:
Com esse comportamento, a Índia
tornar-se-á o parceiro mais favorecido no Império e as distinções raciais
[contra os indianos] serão coisas do passado.
Ou seja, diz o autor, “a condenação
do princípio da violência diz respeito somente à relação entre o povo indiano e
o Império Britânico”.
Felizmente, mais tarde, Gandhi rejeitaria essas ideias.
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