Muito interessante o artigo “Cinco
lições de história para antifascistas”, de Mark Bray, publicado na Revista Serrote.
O texto fala da Europa do começo do século passado. Naquele momento, centro do
capitalismo mundial. Portanto, são muitas e profundas as diferenças com a situação atual
no Brasil. Mas vejamos:
Como muitos socialistas e comunistas
a princípio consideravam o fascismo uma variante da política contrarrevolucionária
tradicional, eles se concentraram muito mais uns nos outros do que em seus
inimigos fascistas.
(...)
Em 1921, os socialistas italianos
assinaram o Pacto de Pacificação com Mussolini, e nem eles nem os comunistas
achavam que a ascensão do Duce ao poder representaria mais do que uma nova
oscilação para a direita no velho pêndulo da política parlamentar burguesa. Não
foram muito diferentes, nesse sentido, da maioria dos socialistas espanhóis,
que colaboraram com o governo militar de tintas fascistas de Primo de Rivera
nos anos 1920. (...) [Para] o Partido Comunista da Alemanha, o fascismo não
exigia resistência, mas paciência – seu lema era “Primeiro Hitler, depois nós”.
As passagens acima certamente dariam razão
aos defensores de uma unidade construída a qualquer custo frente à onda ultraconservadora
representada pela candidatura Bolsonaro. Mas destaquemos a seguinte observação
sobre os socialistas alemães:
A liderança do partido se preservou
para continuar buscando o poder pela via das eleições legítimas. Quando esse
caminho foi definitivamente bloqueado, o partido se viu em dificuldades para
mudar de linha.
O problema não era apenas a falta de
unidade da esquerda contra o fascismo. Também era a aposta na resistência estritamente
institucional a ele. Muito semelhante ao que acontece aqui e agora.
Leia também:
O
combate a Bolsonaro e outros “esquisitões”
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