Tornou-se comum dizer que Marx defendia a exploração dos recursos
naturais como se não houvesse amanhã. Em “Marx estava certo”, Terry Eagleton
mostra que não é bem assim. Em primeiro lugar, diz ele:
Como uma troca “metabólica” entre a humanidade e
a natureza, o trabalho, para Marx, é uma condição “eterna” que não se altera. O
que se altera (...) são as várias formas que nós, humanos, usamos para
trabalhar a natureza.
Mas para Marx:
...a
relação entre a natureza e a humanidade não é simétrica. No fim, como ele
observa em “A ideologia alemã”, a natureza é que dá as cartas. Para o indivíduo,
isso se chama morte. O sonho faustiano de progresso sem limites em um mundo
material magicamente reativo ao nosso toque ignora “a prioridade da natureza
externa”. Hoje, isso não é mais conhecido como sonho faustiano, mas como sonho
americano.
Além disso, em “O
capital”, Marx descreve a natureza:
...como
o “corpo” da humanidade, “com o qual [ela] precisa estar em constante
intercâmbio”. (...) Quando essa reciprocidade de ser e natureza se rompe, sobra
para nós um mundo capitalista sem sentido, em que a natureza não passa de algo
flexível para ser moldada da forma que nos convier. A civilização se torna uma
vasta cirurgia plástica.
Outro trecho da mesma
obra afirma:
Mesmo
uma sociedade inteira, uma nação ou até todas as sociedades simultaneamente
existentes não são proprietárias do globo. São apenas suas detentoras,
usufrutuárias, e como (...) “bons pais de família” precisam passá-lo em
condições melhores de geração em geração.
Os marxistas sempre buscarão
um modo de garantir o amanhã.
O que Marx aprendeu com uma turma boa de briga
O que o socialismo marxista não é
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