Duzentos e
cinquenta e seis. Este é o número máximo de pessoas que podem ser incluídos num
grupo de WhatsApp.
Isso
significa que um movimento como a recente greve dos caminhoneiros, convocado
principalmente por meio do aplicativo, organiza-se de modo muito fragmentado.
Essa
fragmentação reforça aquela que já existe na categoria devido a sua dispersão
geográfica e às diferenças no tipo e nos regimes de trabalho que desempenham. A
única coisa que os uniu, possibilitando uma ação muito rápida e eficiente, foi o
abusivo preço do diesel.
Porém, na
hora de negociar com o governo, a fragmentação tornou-se um obstáculo. Centenas
de “comandos de greve” virtuais não se entendiam. Confusão aproveitada
principalmente por grupos de extrema-direita, que dispararam enorme volume de
informações imprecisas ou falsas via “zap”.
Pedro Doria,
em sua coluna no Globo de 01/06/2018, acha que alguns desses grupos tentaram
aproveitar-se da greve dos caminhoneiros para provocar um novo 2013. Não
conseguiram, diz ele, mas:
...conseguiram
outras coisas. Porque todo mundo que se inscreve nos grupos deixa duas
informações essenciais. A primeira: é alguém que procurou, que está querendo
notícias novas. E, em segundo, celular com DDD. Ou seja: origem geográfica. A turma
do marketing de guerrilha construiu, na crise, um banco de dados bem fornido de
pessoas crédulas, engajadas, que formarão o marco zero da distribuição de fake
news durante a campanha eleitoral.
Cento e
vinte milhões é o número de usuários do WhatsApp no Brasil.
Cento e
quarenta e sete milhões é aproximadamente a população nacional de eleitores.
Os dois
números se aproximam perigosamente. E as eleições também.
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