Doses maiores

24 de setembro de 2018

Dez anos de uma crise que não terminou

Há dez anos, o sistema bancário quase entrou em crise terminal. Para socorrer o setor financeiro, os governos entregaram a seus controladores centenas de bilhões de dólares em dinheiro público, principalmente na Grã-Bretanha e Estados Unidos.

Passada uma década, políticos e banqueiros não aprenderam nada com o que aconteceu, exceto como passar os custos do desastre econômico para as pessoas comuns.

A dívida global total no ano passado equivalia a 217% da produção mundial. Quase 40% acima de 2007, quando a crise deu seus primeiro sinais.

Hoje, os cinco principais bancos dos Estados Unidos controlam 47% dos ativos bancários, em comparação com 44%, em 2007.

O 1% dos maiores fundos financeiros do mundo - que reúnem dinheiro de especuladores para comprar ações, títulos e outros papéis – controlam 45% dos ativos desse setor. Um colapso de qualquer um deles seria ainda mais devastador do que em 2008.

E ainda há o setor bancário que atua nas sombras. Ou seja, fora do alcance de qualquer regulamentação governamental.

Uma estimativa conservadora sugere que esse setor teria um tamanho de US$ 45 trilhões, controlando 13% dos ativos financeiros do mundo. Em 2010, esse volume era de US$ 28 trilhões.

Em 2008, taxas de juros baixíssimas e imensas doações de dinheiro público a bancos e multinacionais salvaram o sistema. Mas, provavelmente, toda essa munição não estará disponível na próxima vez.

Para agravar ainda mais todo esse quadro, aquele que está no comando da maior e mais poderosa economia do mundo resolveu ficar de mal com a segunda colocada nesse ranking.

Os dados acima estão nesse artigo, em inglês.

Nenhum comentário:

Postar um comentário