Martin Nowak é professor de biologia
e matemática na Universidade de Harvard. Em seu livro “Supercooperators” ele defende
a hipótese de que nosso maior traço evolutivo é a cooperação e não a
competividade. Um trecho:
Para a maioria de nós, quase parece
um reflexo que não requer nenhuma tomada de decisão consciente: se vemos alguém
em perigo, ficamos ansiosos e imediatamente queremos ajudar. Esse instinto pode
ser tão forte que há pessoas que sacrificam sua própria vida para salvar a
de outros. Todos temos esse instinto, mesmo que nem todos o sigamos. De alguma
forma, a empatia pelo grupo manipula os indivíduos, sobrecarregando seu senso
de interesse próprio, para que eles ajam em nome do bem maior.
Esse comportamento incomodou o
próprio Darwin, diz Nowak. Tanto que em seu livro “A Origem do Homem”, de 1871,
ele escreveu:
Não há dúvida de que uma tribo que inclui
muitos membros (...) sempre prontos a ajudar um ao outro e a se sacrificar pelo
bem comum, venceria a maioria das outras tribos; e isso seria seleção natural.
Segundo Nowak, o primeiro a explorar esse
“insight” de Darwin foi o zoólogo e ecologista britânico Vero Wynne-Edwards. Em
1962, ele publicou “Animal Dispersion in Relation to Social Behavior”, no qual sugere
que os animais não estão, como Darwin supunha, sempre tentando aumentar seu
número, mas são programados para regulá-los de modo a alcançarem um bem maior.
Desde então, a importância da
cooperação tem sido verificada em muitas outras espécies também. O problema é que
entre nós o “bem comum” vem sendo soterrado pela hipercompetividade capitalista.
Somos cada vez mais superegoístas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário