Peter Wohlleben é um
engenheiro florestal alemão, autor de “A Vida Secreta das Árvores”, um livro cheio
de revelações sobre essas belas criaturas, tão presentes em nossas vidas quanto
ignoradas. A não ser quando se trata de derrubá-las ou explorar seus frutos.
Wohlleben conta, por
exemplo, que, nas florestas, as árvores se valem de uma rede subterrânea para
se comunicarem entre si. Essa rede é formada por fungos que “funcionam como os
cabos de fibra óptica da internet”. Segundo ele:
Ao
longo dos séculos, um único fungo pode se estender por muitos quilômetros
quadrados e criar uma rede capaz de ligar florestas inteiras. Ele transmite
sinais de uma árvore para outra e as ajuda a trocar notícias sobre insetos,
secas e outros perigos. Aliás, a ciência já fala da existência de uma “wood
wide web” que permeia as florestas.
Quando essa rede é
silenciada, os espécimes ficam solitários e mais vulneráveis. Uma árvore
incomunicável pode não receber “o sinal de perigo iminente e acaba devorada por
lagartas e besouros”.
Esse problema é mais
frequente entre as plantas cultivadas, pois sua rede de comunicação não se
forma adequadamente. Nesse caso, as árvores são quase “surdas-mudas” e se
tornam presas fáceis para insetos e pragas.
E este, diz o autor, “é
um dos motivos pelos quais a agricultura moderna usa tanto inseticida. Para
estimular a comunicação entre as plantas, os agricultores deveriam aprender
mais sobre as florestas e introduzir um pouco da vida selvagem em seus cultivos”.
Mas é impossível aprender
com as florestas quando impera a lógica dos lucros obtidos com sua derrubada
ou seu silenciamento.
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