Em “Escravidão”,
Laurentino Gomes, mostra como a ideologia racista que justificava a escravidão surgiu
em meio às luzes do iluminismo ocidental. No livro, ele cita alguns nomes respeitáveis
desse movimento filosófico.
David Hume escreveu em
1748:
Suspeito
que os negros, como em geral todas as outras espécies de seres humanos, sejam
naturalmente inferiores aos brancos. Nunca houve entre eles nação alguma tão
civilizada quanto entre os brancos. Nenhum grande inventor entre eles, nenhuma
Arte, nenhuma ciência.
Em 1756, Voltaire:
Os
olhos redondos, o nariz achatado, os lábios sempre grossos, o formato diferente
das orelhas, o cabelo encrespado na cabeça, e mesmo a sua capacidade mental
estabelecem uma prodigiosa diferença entre eles e as outras espécies de seres
humanos.
Kant, em 1764:
Os
negros africanos não receberam da natureza qualquer inteligência que os coloque
acima da tolice. Portanto, a diferença entre as duas raças (negra e branca) é
muito substancial. A distância no que diz respeito às faculdades mentais parece
ser tão grande quanto a da cor (da pele).
Em 1837, Hegel, o grande
iluminista alemão, considerava que “a única essencial ligação que existiu e
permaneceu entre negros e europeus é aquela da escravidão”.
São preconceitos absurdos
como esses que estão no núcleo original da ideologia que justifica a dominação capitalista
até hoje.
Em sua obra clássica “Capitalismo
e Escravidão”, Eric Williams demonstra a profunda ligação entre racismo, escravidão
e capitalismo. Legalmente condenada, a escravidão persiste. Socialmente
tolerado, o racismo se fortalece. A sustentar ambos, o capitalismo.
Por isso, não pode haver luta verdadeiramente antirracista que não seja anticapitalista nem luta radicalmente anticapitalista que não seja antirracista.
Por isso, não pode haver luta verdadeiramente antirracista que não seja anticapitalista nem luta radicalmente anticapitalista que não seja antirracista.
Muito bom
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