Em seu livro “Fascism:
Theory and Practice”, Dave Renton descreve as três principais táticas antifascistas
da esquerda nos final dos anos 1920.
A primeira era defendida
principalmente pelo stalinismo. Segundo esta tática, diante
da proximidade do colapso do capitalismo, tanto a esquerda moderada,
representada pelos socialdemocratas, como os fascistas seriam varridos pela
vitória do proletariado. Mussolini e Hitler, esmagados pela revolução mundial.
Outra tática antifascista
era apoiada pelos socialdemocratas. Para estes, o avanço da extrema-direita seria
detido pelas instituições democráticas e lideranças da alta burguesia, que demonstravam
pouco apreço e confiança em figuras como Mussolini e Hitler.
Por fim, havia o
antifascismo dialético que tinha em Trotsky seu principal formulador. Para ele,
uma ditadura fascista promoveria a completa destruição das organizações operárias.
Diante disso, propunha uma Frente Única, incluindo os socialdemocratas, mas
excluindo a grande burguesia, cujo desprezo pelos fascistas estava longe de impedir
sua utilização para esmagar o movimento operário.
A tática stalinista
logo se mostrou desastrosa. A divisão entre comunistas e socialdemocratas abriu
largo caminho para o crescimento do fascismo. A tática socialdemocrata, por sua
vez, viu a grande burguesia aceitar a instalação da ditadura fascista sem esboçar
reação.
Somente depois que Mussolini
e Hitler já haviam derrotado os trabalhadores italianos e alemães, Stálin abandonou
sua tática. Passou a defender uma ampla aliança contra o fascismo, tentando atrair
uma burguesia nada disposta a integrar essa frente. Além de tardio, equivocado.
Este debate é muito atual.
Hoje, também há os que aguardam um inevitável fracasso da extrema-direita. E há
quem se deixe guiar pelo calendário eleitoral, contando com a resistência das “instituições
democráticas”.
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Cada porcaria de tática. A primeira, stalinista, independente de entender ser errada na época, para os dias de hoje não existe a menor possibilidade, considerando que não existe um proletariado para esmagar o fascismo e nazismo. A segunda, socialdemocrata, seria esperar para ver o que acontece na briga do andar de cima, ou seja, cruzamos os braços e aguardemos. A terceira, a de Trotsky (não sou nada adepto dele, mas esperava algum alento), a de frente ampla (acho que estou entendendo por que alguns trotskystas apresentam esta estratégia estranha para mim no momento), com os socialdemocratas (quem seria no nosso caso: Ciro Gomes? PSDB?). Enfim, não acho que exista para os dias atuais qualquer possibilidade de utilizarmos qualquer uma dessas táticas. Bjs.
ResponderExcluirNão, necessariamente, Marião. A tática de Trotsky condicionavaa aliança com os socialdemocratas ao rompimento deles com a burguesia. Aqui tambémnão haveria porque não fazer aliança com os petistas, não fosse a insistência delesem buscar alianças com a burguesia. Com osmesmo setores que os traíram. Mas, aí, são as limitações do reformismo. O Ciro,por exemplo, tá fazendo um monte de alianças com o DEM.
ExcluirBeijo