O conceito de
centralismo democrático começou a ser formulado por Lênin em 1902, no livro “O
que fazer?”. Referia-se ao modo como deveria funcionar um partido
revolucionário.
O conceito prevê que divergências
e contestações são livres durante os debates sobre uma ação ou linha de conduta.
Mas uma vez tomada uma decisão, todos deveriam contribuir para implementá-la.
Mas tanto a Liga
Comunista como a Associação Internacional dos Trabalhadores, da época de Marx, já
previam a necessidade de que seus membros agissem de forma unitária.
Já nas primeiras lutas
sindicais, o centralismo estava presente. Numa assembleia, podem se apresentar
posições contrárias ou favoráveis a uma greve, por exemplo. Porém, uma vez aprovada
a paralisação, todos devem construí-la. Quem não o fizer, é fura-greve.
Muitos revolucionários condenam toda
forma de centralismo. Não sem alguma razão, haja vista as formas autoritárias que
ele pode assumir.
No campo da esquerda,
foi principalmente o stalinismo que transformou o centralismo democrático em
centralismo burocrático. Aquele no qual a direção do partido manda e a base obedece.
Sua adoção por organizações de esquerda não é apenas um erro organizativo, mas
uma vitória da burguesia em nosso meio.
O problema é que tal como na época de
Lênin, continuamos a enfrentar uma classe dominante que unifica todo o seu
poder contra os de baixo, quando estes ousam questionar seus interesses. É mais
um elemento da luta de classes em que Lênin continua atual. Responder da forma mais
unitária possível é o mínimo que podemos fazer.
Para entender melhor essa polêmica,
segue um texto de 2004: Centralismo democrático: entre a pedra e o caminho.
Leia também: Lênin:
o revolucionário que sabia errar
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