Os
que se opõem ao fascismo precisam ter clareza sobre seu inimigo e de como
combatê-lo. Esta é a base para qualquer teoria sobre o fascismo.
As palavras acima
estão em “Fascism: Theory and Practice”, do marxista inglês Dave Renton. O livro
é de 1999. Naquele momento, dizia o autor, o fascismo não era “uma ameaça
imediata”, mas voltava a fazer parte do cenário político contemporâneo.
Citando a historiografia
predominante na época, Renton descreve um “novo consenso”, no qual se destacam,
primeiro, a ideia de que o fascismo seria um fenômeno histórico restrito a uma
determinada época.
Em segundo lugar, o
fascismo era caracterizado como um “autêntico movimento revolucionário”. Uma
ideologia que desafiava o capitalismo liberal e democrático.
Ora, o marxismo também
contesta o capitalismo liberal e democrático. Portanto, fascismo e marxismo não
seriam ideologias opostas. E este é um terceiro elemento dessa historiografia
muito suspeita.
Tal caracterização só não
explica porque o tal fascismo “histórico” ascendeu ao poder na Itália e na Alemanha
com apoio exatamente de “capitalistas liberais e democráticos”.
Nem esclarece porque o
primeiro campo de concentração começou a funcionar em março de 1933, na
Alemanha, tendo como prisioneiros apenas comunistas.
O fato é que os fascistas
sempre consideraram os comunistas seus principais inimigos. E os comunistas sempre
formaram o maior polo de resistência ao fascismo.
Não é possível lutar
contra o fascismo sem entendê-lo. Mas para nós, comunistas, não há como entendê-lo
sem dar-lhe combate.
Entrando na terceira década
do século 21, o fascismo já é uma ameaça imediata. A obra de Renton pode nos
ajudar no imprescindível combate a ele.
Continua...
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