Doses maiores

27 de janeiro de 2020

Fascismo: entender para combater

Os que se opõem ao fascismo precisam ter clareza sobre seu inimigo e de como combatê-lo. Esta é a base para qualquer teoria sobre o fascismo.

As palavras acima estão em “Fascism: Theory and Practice”, do marxista inglês Dave Renton. O livro é de 1999. Naquele momento, dizia o autor, o fascismo não era “uma ameaça imediata”, mas voltava a fazer parte do cenário político contemporâneo.

Citando a historiografia predominante na época, Renton descreve um “novo consenso”, no qual se destacam, primeiro, a ideia de que o fascismo seria um fenômeno histórico restrito a uma determinada época.

Em segundo lugar, o fascismo era caracterizado como um “autêntico movimento revolucionário”. Uma ideologia que desafiava o capitalismo liberal e democrático.

Ora, o marxismo também contesta o capitalismo liberal e democrático. Portanto, fascismo e marxismo não seriam ideologias opostas. E este é um terceiro elemento dessa historiografia muito suspeita.

Tal caracterização só não explica porque o tal fascismo “histórico” ascendeu ao poder na Itália e na Alemanha com apoio exatamente de “capitalistas liberais e democráticos”.

Nem esclarece porque o primeiro campo de concentração começou a funcionar em março de 1933, na Alemanha, tendo como prisioneiros apenas comunistas.

O fato é que os fascistas sempre consideraram os comunistas seus principais inimigos. E os comunistas sempre formaram o maior polo de resistência ao fascismo.

Não é possível lutar contra o fascismo sem entendê-lo. Mas para nós, comunistas, não há como entendê-lo sem dar-lhe combate.

Entrando na terceira década do século 21, o fascismo já é uma ameaça imediata. A obra de Renton pode nos ajudar no imprescindível combate a ele.

Continua...

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