Doses maiores

24 de junho de 2020

Antifascismo cotidiano e anticapitalismo radical

Os antifascistas não defendem a violência como tática única em seu combate à extrema-direita. Este é um dos principais pontos ressaltados por Mark Bray em seu livro “Antifa - O Manual Antifascista”.

A quem recomenda apenas ignorar os fascistas, Bray lembra que “quando eles chegam com paus, chaves de fenda ou facas, não é tão simples assim”. Por outro lado, como diz uma militante antifascista: “Se tudo o que você tem é um martelo, todos os seus problemas parecerão pregos”.

Daí, a importância daquilo que o livro chama de “antifascismo cotidiano”. Trata-se de aplicar uma visão antifascista a qualquer tipo de interação com os fascistas, todos os dias e em qualquer lugar. Desse modo:
Se a meta política antifascista normal é fazer com que os nazistas não permaneçam tranquilamente em público, o objetivo do antifascismo cotidiano é aumentar o custo social do comportamento opressor a tal ponto que aqueles que o promovem não vejam outra opção que não seja a de recuar e se esconder.
É como diz o antifascista italiano Niccolò Garufi:
Sempre defendi uma guerra total contra o fascismo, mas não no sentido militar. Você precisa estar pronto para atacar e se defender. Você tem que estar preparado, mas se trata principalmente de uma luta cultural, porque o fascismo cresce na classe trabalhadora. Temos que estar presentes na classe trabalhadora, no movimento estudantil, na organização de trabalhadores na comunidade e na construção de redes de solidariedade.
Mas tudo isso precisa ser orientado por uma visão radicalmente crítica à sociedade que torna o fascismo possível. Ou seja, é preciso ser radicalmente anticapitalista.

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