Em seu livro “Antifa - O Manual Antifascista”, Mark Bray alerta para o que diz Dag, um militante antifascista norueguês: “Sempre que a violência faz parte da luta política, você terá problemas com machismo”.
Dag exemplifica citando problemas ocorridos nas cidades de Oslo e Trondheim, onde alguns grupos antifascistas se aliaram a torcedores violentos e apolíticos de futebol para combater os nazistas. Um tipo de aliança que, segundo ele, frequentemente descambava para a violência machista.
Daí a importância de destacar o papel das mulheres antifascistas, diz Bray. Dolores C., de Estocolmo, é uma delas. Ela lembra que sempre que as mulheres batiam nos nazistas suecos, eles não só mentiam, dizendo que foram homens, como começaram a se esconder para não passar por nova humilhação.
Já a militante Maya, da região central do Texas, diz que ela e suas companheiras costumavam se aproveitar de uma regra não escrita entre os texanos, segundo a qual se um homem põe uma mão em uma mulher, ela “fica livre para partir pra porrada sem ser punida por isso”.
Desse modo, as antifascistas texanas começaram a “explorar a misoginia dentro de uma cultura mais ampla”. Elas levavam homens fascistas a empurrá-las, dando-lhes oportunidade para liberar sua fúria antes que a polícia levasse os homens embora.
De acordo com Maya, nenhuma de suas companheiras antifas foi presa no Texas, exceto uma, que passou uma noite na cadeia depois de arrancar a mordidas um pedaço da orelha de um nazista.
A partir desse tipo de atuação, surgiram coletivos feministas conhecidos como “fantifas”. Um viva pra elas! E um “morram” vocês sabem pra quem...
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