“Investidores já normalizaram o caos no Brasil. Mas há fatores capazes de minar a confiança”. Esta frase resume matéria do site e-investidor do portal do Estadão, de 29/05/2020. O texto comenta um relatório do banco Goldman Sachs que “sacudiu o mercado brasileiro”.
Segundo a matéria, o banco transnacional estaria apostando:
...que o cenário institucional ruim não se converterá em péssimo ou trágico. Naturalmente, há uma grande dose de subjetividade entre o que é péssimo para alguns e razoável para outros. Nesse caso, a possibilidade de “comprar barato e vender caro” é a aposta dessa leitura do Goldman.
Há um grande debate na esquerda sobre a melhor tática para derrotar Bolsonaro. Formar frentes amplas, mesmo que incluam inimigos da classe trabalhadora ou buscar alianças classistas radicais, correndo o risco de enfraquecer a oposição ao governo?
Muitas vezes, essa discussão vem se restringindo a observar movimentações parlamentares e palacianas, sem levar em conta o comportamento do grande capital e suas frações.
A matéria citada acima é só um exemplo do tipo de informação a que devemos prestar atenção. Os atores políticos não representam a si mesmos, muito menos os “valores da democracia”. Sua margem de manobra depende daqueles que financiam seus mandatos.
Somente uma avaliação clara sobre o nível de apoio dos vários setores do grande capital em relação a Bolsonaro pode mostrar quais setores políticos estariam realmente dispostos a derrotar seu governo.
Apenas analisando concretamente os interesses das classes em conflito saberemos como impulsionar uma frente com a radicalidade necessária para derrubar Bolsonaro.
Do contrário, seremos nós a baratear a vida de dezenas de milhões de pessoas.
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