E lá vamos nós, de novo, tentar formar uma ampla frente de oposição ao fascismo. Vale chamar todo mundo contra Bolsonaro. Rodrigo Maia, FHC, Alckmin, Luciano Huck e, quem sabe, MBL...
No campo da esquerda, muitos defendem esse tipo de tática lembrando a falta de unidade entre comunistas e socialdemocratas na Alemanha dos anos 1930 no combate a Hitler.
Os comunistas, sob orientação stalinista, consideravam nazistas e socialdemocratas farinha do mesmo saco. Um de seus slogans era “Primeiro Hitler, depois nós”.
Os socialdemocratas achavam os comunistas radicais demais. Chegaram a pedir “voto útil” para o general Hindenburg, membro da elite agrária prussiana, contra os nazistas. Eleito, Hindenburg nomeou Hitler primeiro-ministro.
Ao mesmo tempo, comunistas e socialdemocratas atacavam-se uns aos outros. Estava dada a conjunção astral perfeita para a catástrofe que se seguiria.
Contra esse comportamento desastroso apenas alguns comunistas isolados. Trotsky e Clara Zetkin eram os dois mais importantes. Diziam que era preciso juntar todas as forças contra o avanço do fascismo.
Mas, atenção, sua proposta era a unidade entre as forças anticapitalistas. Claro que era possível acordos pontuais com setores da burguesia que não confiavam em Hitler. Mas nada além disso. A prioridade seria unir as forças operárias e populares em torno de propostas de esquerda.
A situação no Brasil atual tem muitas diferenças. Mas o oportunismo da burguesia é essencialmente o mesmo. Por trás dos chamados pela unidade em torno da democracia, o objetivo é salvar apenas seu próprio couro, se tiverem que se livrar de Bolsonaro.
Infelizmente, setores importantes da esquerda estão caindo nessa. Vão acabar achando um Hindenburg para chamar de seu.
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