Doses maiores

13 de junho de 2016

As raízes capitalistas da possível crise chinesa

A economia da China está à beira de um pouso forçado. A situação, que vem sendo adiada desde a primeira década deste século graças à criação de bolhas no mercado imobiliário e financeiro, é agora inevitável devido a todos os problemas estruturais que se acumulam há uns dez anos.

A afirmação acima é de Mylène Gaulard, mestre em ciências econômicas da Universidade Pierre Mendès France, em Grenoble, França. Está na entrevista "O pouso forçado da China é inevitável", publicada em francês no portal “La Tribune”, em 16/01.

Especialista na economia do gigante asiático, Mylène tem como referência teórica o marxismo. Mas o pessimismo dela quanto à economia chinesa também é compartilhado por setores conservadores.

É o caso do jornal O Globo, que, em editorial publicado em 11/06, afirma que “a imprevisibilidade dos efeitos de uma crise generalizada” na China representa um “verdadeiro terror, para o país e o mundo”.

Mylène também é autora do livro “Karl Marx à Pékin – Les racines de la crise en Chine capitaliste” (“Karl Marx em Pequim - As raízes da crise na China capitalista”), ainda sem edição em português.

E é exatamente disso que se trata. As raízes dessa hecatombe muito provável para a economia mundial não têm nada a ver com o suposto comunismo chinês. E de socialismo, mesmo, só aquele que distribui fartamente os prejuízos aos pobres e explorados. Igualzinho ao capitalismo.

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