Em 19/07, Mario Sérgio Conti escreveu
na Folha sobre o atentado em Nice. Segundo ele, “vigilância
e investigação” não trarão paz à França. “O fim da guerra, talvez”.
De fato, o combate ao terrorismo está
destinado ao fracasso enquanto não atacar suas causas. E estas não estão relacionadas
à facilidade de acesso e uso de armas e explosivos. Até porque, como sabemos, até
caminhões podem ser eficientes instrumentos de morte.
Reprimir, proibir ou perseguir
religiões, modos de vida e convicções políticas também só desperta reações
violentas na mesma proporção. É o que prova o aumento vertiginoso dos casos de
ataques terroristas exatamente depois que foi iniciada a “Guerra ao Terror”
pelo imperialismo ocidental.
Por outro lado, os recentes atentados
contra policiais americanos foram cometidos por veteranos de guerras que os
Estados Unidos travam pelo mundo. Foi nos campos de batalha estrangeiros que
eles treinaram o ódio que acabou por se manifestar em sua terra natal.
Portanto, Conti acerta ao dizer que são
as guerras as verdadeiras causas do terrorismo. Afinal,
conclui ele, “não houve mais atentados terroristas na Espanha desde que o país
tirou suas tropas do Levante”, referindo-se à região que abrange Síria,
Jordânia, Israel, Palestina e Líbano.
Mas as muitas guerras que acossam
o mundo desde a consolidação do capitalismo mostram que os conflitos bélicos são
parte integrante de seu funcionamento. Além disso, vivemos sob o único sistema econômico
na História que depende da existência de força de trabalho humana desocupada para diminuir seus custos de produção.
O capitalismo promove, ao mesmo tempo, desemprego
em larga escala e abundante oferta de carne para canhão.
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terrorismo como pretexto Olimpíadas e classes perigosas
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