Em 21/07, 10 supostos terroristas brasileiros foram
presos pela Polícia Federal. Algumas horas depois, as redes virtuais mostravam
fotos dos Trapalhões com dizeres como “Desmontada perigosa célula terrorista no
Brasil”.
De fato, o perfil dos presos mostrado pela PF se aproxima
mais de Didi, Mussum, Dedé e Zacarias que do Estado Islâmico. Um deles, por
exemplo, teria tentado comprar um rifle AK-47 pela internete.
O próprio ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, admitiu
o amadorismo dos pretensos terroristas. Mas disse que a prisão se justificava para
mostrar a prontidão dos órgãos de segurança.
O ministro lembrou que as prisões só foram possíveis
graças à nova legislação antiterrorista. Como os suspeitos manifestaram apenas intenções,
foram presos pelo que a lei recém-aprovada chama de “atos preparatórios”. Na
legislação comum, apenas “atos executórios” seriam suficientes para justificar
detenções.
Mas não é bem assim. Em 2014, por exemplo, militantes
foram detidos sob a alegação de que estariam planejando manifestações durante o
jogo final da Copa. Ou seja, dois anos antes da aprovação da legislação
antiterrorista, já houve punição por “atos preparatórios”.
Moraes foi secretário da Segurança de São Paulo em 2015.
No cargo, ele também já praticava seus atos preparatórios. Sob sua gestão, a polícia foi responsável por uma em cada quatro
pessoas assassinadas na capital paulista.
Foi ele também o responsável por
ações truculentas da PM contra os alunos que ocuparam as escolas públicas
paulistas.
Ou seja, as prisões dos terroristas
“atrapalhados” não têm a menor graça. Tudo indica que são ensaios preparatórios
para a repressão contra movimentos sociais, sob o pretexto de garantir a
segurança dos Jogos.
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