Voltamos à reportagem “Sobra dinheiro
na previdência”, publicada no portal EPSJV/Fiocruz por Cátia Guimarães, em
18/07. Agora, abordando a proposta de aumento da idade mínima para a
aposentadoria.
A maior
justificativa para adotar essa medida seriam problemas para custear a aposentadoria
por tempo de contribuição. Ocorre que dos 32 milhões de benefícios do INSS,
apenas 16% estão nessa modalidade, diz a matéria. É o resultado do alto índice
de informalidade do mercado de trabalho.
Outro dado muito utilizado é a idade em que se dão as
aposentadorias. Segundo governo e mídia, a média seria de 55 anos. Parece cedo,
mas a grande maioria não se aposenta para descansar em seus aposentos. Quase
todos continuam a trabalhar e as aposentadorias servem apenas como um reforço na
renda familiar.
Além disso, como afirma Sara Granemann, professora da Escola de Serviço Social da UFRJ:
O aumento da
expectativa de vida é um feito da humanidade no século 20. Se elevar para todo
mundo a aposentadoria para 65 anos, por exemplo, você terá pessoas se
aposentando a menos de dez anos da morte.
Já Vilson Romero, presidente da Associação Nacional dos Fiscais da Previdência,
lembra que não há como estabelecer uma idade mínima para aposentadoria num país
“onde se morre aos 55 anos no campo e há quem viva até os 85, 90 anos no Rio
Grande do Sul”.
Em 1995, entidades sindicais lançaram uma mobilização contra
a Reforma da Previdência de FHC. Criado por Vito Giannotti, o jornal da
campanha dizia: “Você só vai se aposentar depois de morto!”. Infelizmente,
muitos anos e governos depois, a publicação continua atual.
Leia também: A cara-de-pau do governo na
Reforma da Previdência
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