Em 15/07, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, declarou à
imprensa que o governo federal criou um cadastro para a Olimpíada do Rio com 500
mil suspeitos de terrorismo.
Em 1888, um parlamentar da Câmara Federal de Deputados fez
a seguinte afirmação:
As classes pobres e viciosas sempre
foram e hão de ser sempre a mais abundante casa de toda sorte de malfeitorias:
são elas que se designam mais propriamente sob o título de “classes perigosas”;
pois quando mesmo o vício não é acompanhado pelo crime, só o fato de aliar-se à
pobreza no mesmo indivíduo constitui um justo motivo de terror para a
sociedade.
O conceito de classes perigosas apareceu em 1857, em um
livro do psiquiatra austríaco Benedict-Augustin Morel chamado “Teoria da
Degenerescência”. Os “degenerados” em questão seriam aqueles que não possuem:
...nem a inteligência do dever, nem o
sentimento da moralidade dos atos, e cujo espírito não é suscetível de ser
esclarecido ou mesmo consolado por qualquer ideia de ordem religiosa.
Por “ordem religiosa” entenda-se apenas a cristã.
O cadastro anunciado por Jungmann é secreto, mas é muito
provável que tenha sido montado segundo critérios muito parecidos aos defendidos
por Morel e pelo deputado do século 19.
Basta ter origem social, cor, nacionalidade e religião
consideradas “perigosas” para ser forte candidato a fazer parte dos 500 mil
possíveis terroristas monitorados pelo governo federal.
Nada mais compatível com o que disse uma vez Pierre de Coubertin,
fundador dos jogos olímpicos modernos:
As raças são de valor diferente e a
raça branca, sendo de essência superior, todas as outras lhe devem vassalagem.
Coisa linda que não sabia. Quer dizer que o fundador do espírito dos jogos olímpicos tão decantado pensava assim?
ResponderExcluirPois, é. E era machista também. Tem uma outra pílula que fala sobre o cara: http://pilulas-diarias.blogspot.com.br/2012/07/olimpiadas-e-machismo.html
ExcluirAbração