Um ano atrás, a causa socialista
perdia Vito Giannotti. O Núcleo Piratininga de Comunicação, fundado por ele e
Claudia Santiago, fez uma homenagem em 21/07. Entre as atividades, uma palestra
de Reginaldo Moraes, um de seus mais antigos companheiros de luta.
“Régis” lembrou os duros tempos em
que ele e Vito foram obrigados a militar clandestinamente. Sob a ditadura
empresarial-militar de 1964, fazer política de esquerda era risco de morte ou
tortura.
Apesar disso, Vito estava entre os
que achavam que só o trabalho de base e a luta de massas poderiam apontar
alguma saída.
O jovem italiano que chegou ao Brasil
em plena ditadura escolheu ir para as fábricas metalúrgicas. Não apenas para
ensinar e pregar a resistência.
Seus colegas de trabalho eram quase
todos de origem pobre, pouco letrados e nada sabiam sobre as lutas históricas
dos trabalhadores do mundo. Mesmo assim, Vito compreendia que eram eles seus
melhores professores na construção da resistência.
Vito foi preso e torturado, sem
jamais desistir da luta democrática e da defesa do socialismo. Acima de tudo,
sem deixar de apostar num processo revolucionário construído de baixo para
cima.
A ditadura política foi derrotada graças
a guerreiros como Vito. Mas ele sabia que a ditadura econômica continuava firme.
Por isso, jamais deixou de lutar e nunca abandonou o trabalho de base, a
disputa de hegemonia e o respeito à voz de explorados e oprimidos.
Infelizmente, não é o que faz grande
parte da esquerda, encastelada em seus aparelhos e estruturas, rendida ao senso
comum e de costas para as ruas.
Vito faz mais falta do que nunca.
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