Há quem diga que o feminismo tem que ser classista. Mas o
contrário é ainda mais verdadeiro.
É o que mostra reportagem publicada
no “Brasil de Fato” por Márcio Zonta, em
09/07. Segundo o título, “Sete estados mineradores concentram 31,2% dos casos de violência contra a
mulher”. São eles Pará, Minas Gerais, Bahia, Goiás, Maranhão, Piauí e São Paulo.
No município mineiro de Divinópolis, por exemplo, trabalhadoras dirigem enormes caminhões que transportam minério. Enfrentando turnos
de oito a dez horas, elas não têm onde urinar, levando a casos de
incontinência urinária que as obriga a usar fraldas geriátricas.
Recebendo salários menores, a força de trabalho feminina nas
minas cresceu 28% em 2013. Mas há 18% de mulheres que
trabalham sem remuneração. A maioria, em garimpos, “ajudando” os maridos. Muitas
vezes, levam seus filhos pequenos.
O ritmo exaustivo do trabalho pode contribuir também para o
crescimento de casos de agressão a mulheres. Registros policiais
mostram que 80% dos casos de violência contra a mulher em Divinópolis envolvem trabalhadores
da Vale.
E ainda há os casos de abuso e exploração sexual infantil.
Em Bom Jesus das Selvas, Maranhão, a chegada
de 3 mil homens para trabalhar na Estrada de Ferro de Carajás
causou o aumento de casos de gravidez em meninas com idade entre 13 e 16
anos.
Em “A Sagrada Família”, Marx disse que o progresso da
mulher e de sua liberdade mostrariam o grau em que “a natureza humana” pode
triunfar sobre a bestialidade. Se o movimento sindical e a esquerda não assumirem
este combate, continuarão a cerrar fileiras com as bestas do capital.
Essa referência à fala de Marx sobre emancipação feminina me era desconhecida. Trata-se de tema pouco abordado nas conversas sobre política.
ResponderExcluirSim! Marx também não escapava de ser machista. O mesmo não se pode dizer de sua obra.
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