Essa predominância do
valor de troca sobre o valor de uso vem tomando conta de tudo o que se
transforma em mercadoria há séculos. Mas numa sociedade comandada pelo capital, o próprio
dinheiro deixou de ser meio para adquirir utilidades. Passou a ser um fim em si
mesmo.
Agora, façamos um
paralelo com a elaboração de Jean Baudrillard, para quem a partir de um certo
momento, todos os signos se permutam entre si, sem se permutarem por algo real.
Não passariam de símbolos a simbolizar outros símbolos, sem jamais chegarem ao real
que pretendem simbolizar.
Neste caso, ficaria
fácil entender a chamada “era da pós-verdade”. Ou seja, tal como as outras mercadorias,
as informações e notícias também perderam relação com sua utilidade prática.
Já não interessa saber
o quanto de verdade há numa informação. Apenas o quão rápida e amplamente ela
circula. Quanto mais cliques, mais ela vale. Os algoritmos dos monopólios
digitais que remuneram pelo volume de acessos não deixam dúvidas sobre isso.
Tudo isso é um resumo
grosseiro de uma resenha sobre o livro “Fenomenología del fin. Sensibilidad y
mutación conectiva”, do filósofo italiano Franco “Bifo” Berardi. O texto está
disponível aqui. Vale a pena
ler. Só não dá pra garantir que seja verdade.
Boa abordagem estabelecendo a relação desde a época de Marx sobre a mercadoria chegando até os nossos tempos da informação digital.
ResponderExcluirLi o texto citado. Muito original, interessante e principalmente preocupante a desvinculação do real da semiótica capitalista.
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